10.5.05

Falando em Economia I

Será iniciada agora a série "Falando em Economia", contando com artigos de caráter informativo sobre fatos da economia nacional, tendências e possibilidades.

Abusem dos comentários. Serão eles que indicaram os próximos rumos do blog!


FALANDO EM ECONOMIA I
João Victor Guedes

A taxa de cambio, tão comentada nos ultimos Governos presidenciais, parece nunca agradar aos empresários e aos políticos. Mas porque? Qual a sua relação com o dia-a-dia da população trabalhadora, do jovem, e de tantas outras classes que raramente tem acesso as notas de dolar?

Podemos começar pensando no Comércio Exterior. Também muito comentado, principalmente depois do início da abertura comercial, iniciada timidamente pelo Governo Geisel e desenvolvida por Collor, depende diretamente desta uma vez que com o valor do dollar alto é mais rentável para o empresário vender para fora (a cada R$1,00 de produção são ganhos US$3,50 por exemplo). Olhando pelo outro lado, veremos que o dolar em valores equiparados ao real (R$1,00 para US$1,00 por exemplo) desestimulam a exportação, uma vez que tal relação não é suficiente para pagar gastos como o transporte.

O efeito direto da alta na taxa cambial é o aumento da produção interna (e assim mais empregos), aumento do turismo (fica mais barato para eles gastar aqui) e a entrada de dolares no país. O efeito inverso, guiado pela baixa do dolar, é o direcionamento da produção para o mercado interno, a baixa no turismo nacional (além dos brasileiros preferirem viajar para fora) e a redução da moeda extrangeira na nação. Levando em conta a baixa capacidade de compra do brasileiro, percebemos também que tal direcionamento para o mercado interno provoca, também, uma redução na produção e, consequentemente, o aumento do desemprego.

Já analisado tal lado da Balança Comercial (relação de importações e exportações), passemos para a tão falada dívida externa nacional. Dívida esta que é avaliada e paga com dolares (que chegam no Brasil, entre outros, através do Comércio Exterior). Assim, perceberemos que se a taxa cambial está alta (por exemplo, R$1,00 para US$4,00) a dívida se multiplica (no caso do exemplo, pagariamos em dolar quatro vezes o que devemos em real). No caso da baixa taxa cambial, o efeito é o contrário, mas, por outro lado, como já citado, entram poucos dolares no país, dificultando o pagamento da dívida.

Cabe a nós tomar uma posição frente as necessidades do país, e aos técnicos do Governo calcular adequadamente qual taxa cambial é melhor para nossa economia. Taxa Cambial elevada e alta na produção, turismo, empregos e dolares no país com o aumento da dívida; ou baixa na Taxa Cambial acompanhada de baixa nos empregos, na produção e na dívida.

Um comentário:

  1. Acho que o governo não deve interferir em nada na taxa de câmbio, pois ela é um reflexo do estado atual do comérico externo do país. Quanto mais o governo tentar modificá-la mais distorções vai provocar no mercado interno, e isso, no longo prazo, não é bom pra ninguém.
    No mais, o texto estah muito bem escrito!
    []'s

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