Após os resultados do segundo turno, uma constante nos discursos de ciêntistas políticos vem sendo a "morte do PFL", que teria saído das eleições com apenas um governador - Arruda no Distrito Federal. Palavras no mínimo estranhas, se analisado todo o contexto das eleições.
Desconsiderando os estados onde o partido teve candidatos a vice-governador ou participou de coligação sem ter candidatos ao Poder Executivo, uma vez que os princípios do PFL não foram o ponto maximo da campanha, contabilizamos 7 candidatos a Governador em um total de 27 unidades federativas. Destas podemos excluir de antemão o Maranhão, por suas condições atípicas de campanha, onde a candidata Roseana Sarney apoiou o presidente Lula ferindo uma das marcas básicas do partido nas eleições.
Restaram então 6 unidades: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Pernambuco e Sergipe. Nos consagramos em uma: o Distrito Federal, com Inácio Arruda. A perda, de acordo com este ponto de análise, é incomparavelmente inferior à analisada pela maior parte dos ciêntistas.
Passando então para o Senado, onde a eleição é quase tão disputada quanto a do Governo do Estado, e por suas atribuições acaba representando um papel ainda mais importante frente ao poder federal, o cenário se inverte. O PFL foi o partido que mais elegeu: Minas Gerais, Santa Catarina, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins. Seis Senadores, sendo ainda interessante frisar o cenário sergipano, onde a perda do Governo do Estado foi compensada pela vitória de Maria do Carmo ao Senado.
Para a Câmara Federal, a bancada foi mantida. Em seu tamanho na casa legislativa, o PFL com 65 deputados federais ficou atrás apenas do PMDB (89), PT (83) e PSDB (66).
Por fim, após o resultado final deste domingo (29), o Partido da Frente Liberal declarou que manterá seu diferencial de oposição responsável com suas bancadas no Executivo e Legislativo. Assim fica a pergunta, desta vez dirigida ao eleitor: o partido perdeu ou ganhou nas eleições de 2006?
João Victor Guedes