Tabagismo e Liberdade
João Victor Guedes
Hoje, dia 31 de maio, se comemora o Dia Mundial Sem Tabaco. Notícias em jornais, passeatas nas ruas e, enquanto isso, nos cofres públicos, a indústria do fumo é uma das que mais contribui anualmente com o pagamento de impostos.
Seja no primeiro setor, com a plantação de tabaco, no segundo, com a produção do cigarro - e outros produtos do gênero - e, no terceiro, com a venda dos derivados do tabaco. Gerando impostos, criando empregos, estimulando o mercado e, no final, provocando doenças irreversíveis, vícios e, conseqüentemente, gastos na área da saúde e publicidade - com propagandas contra o fumo.
As receitas com a exploração do fumo são suficientes para se cobrir os gastos? Provavelmente são. Mas ainda ficam os danos à saúde - e nisso incluso a dependência.
É questão de responsabilidade e escolha individual. Ninguém é obrigado a largar o fumo, muito menos a fumar. Cada um é livre para escolher o que fazer dentro das informações que recebe diariamente.
Proibir seria não só um crime contra a liberdade mas também um ato falho, provado pela Lei Seca - no início do século passado nos EUA - e pelas demais drogas proibidas no Brasil. O consumo se manteve - e muitas vezes se multiplicou -, as receitas com impostos caíram significativamente, a indústria reduziu suas atividades, o desemprego aumentou e, no fim, foi estimulado o mercado negro destes produtos, diretamente ligado a violência social.
No caso, o papel do Governo deve ser o de informar o cidadão sobre os benefícios e males que cada produto representa para que este possa decidir o que deseja ou não. Em tempos como os que vivemos devemos prezar, ao máximo, pela liberdade e responsabilidade individual, independente dos problemas que isso possa causar.